sexta-feira, 19 de novembro de 2010

educar,corrigir,guiar,limitar,ensinar...

Que bênção seria se, quando saíssem da maternidade, os pais carregassem consigo uma cartilha com todos os passos para educar o filho que acabara de nascer! Infelizmente, não há uma receita. Muito menos um manual pronto. No máximo há os conselhos da avó. Mas uma coisa é certa: os pais precisam sim educar os filhos. E por educar entenda-se corrigir, guiar, limitar, ensinar, impor regras. Não adianta colocar a culpa no amor: “ah, se for muito firme com meu filho ele vai achar que não o amo, já que fico o dia todo fora de casa”. Educar não é compensar e sim sinónimo de amar. Porque se a criança for criada assim, sem limites, não sabendo obedecer, vai ficar teimosa, agressiva, irritada. E se já na infância não suportamos a companhia de uma criança sem limites, imagina quando adulto. “Os colegas não gostam porque sabem que esta criança não vai obedecer às regras de uma brincadeira. E vai ser um adulto desajustado socialmente. Porque se pode bater na mãe quando pequeno, vai bater no chefe? Por isso educar hoje significa evitar sofrimento no futuro”, explica a pedagoga Janaína da Costa.


Que é preciso educar, todos sabemos. Como é que é o problema. Apesar de não haver uma fórmula, há sim algumas dicas valiosas. Mas antes de ir a elas, primeiro é preciso os pais entenderem que as crianças não nascem desobedientes. Muito pelo contrário, estão ávidas por alguém que as ensine o que é certo ou errado. Vivem perguntando se podem ou não fazer algo. Querem aprender. Por isso é obrigação da família disciplinar. E por disciplinar não entenda só punir, mas sim ensinar. Aos seis meses, por exemplo, se seu bebé chuta, esperneia, vira para se trocar, experimente conversar come ele. “A partir desta idade eles já entendem se você explicar: agora vou te trocar, podes ficar quietinho que a mãe não te vai magoar. Geralmente, nesta pouca idade as regras são para segurança e por isso essenciais: não subir na mesa, não abra o portão, na desça a escada. É aí que os pais começam a definir suas regras”, ensina a pedagoga.

Mas de nada adianta afastar o filho todas as vezes que ele se aproxima do portão sem nada falar. É preciso sempre explicar que, se abrir e sair para a rua, pode vir um carro e pode magoá-lo. Que se descer a escada a correr, pode cair. Que subir para cima da mesa pode significar um tombo. Os pais precisam também ignorar comportamentos menores, não brigar tanto só porque o filho gosta de brincar de bater o pé na cadeirinha enquanto come. O que interessa é a criança aprender a sentar-se e a comer alimentos saudáveis. O ideal, segundo Janaína da Costa, é ir trabalhando de duas a três regras de cada vez, de acordo com a idade e, à medida que a criança for superando, vai passando para outras. “Porque, passado um tempo, a criança simplesmente incorpora a regra como algo natural. Vai formar o hábito com relação a essa conduta. Aí é a hora de passar a outros ensinamentos”, conta.

Outra dica: o castigo é sim uma boa estratégia, mas se for impô-lo, que seja por um curto período de tempo e explicando o porquê de a criança ficar, por exemplo, três dias sem assistir ao programa predilecto na TV. E sempre se tirar algo que a criança goste, que vá sentir falta. “É bom deixar claro que o castigo foi por mau comportamento, não porque o filho é uma má pessoa. Muito pelo contrário, é para ela se tornar uma pessoa melhor que está recebendo o castigo. Assim a criança vai saber o porquê, como e que dia vai ter o brinquedo preferido de volta, por exemplo”, explica Janaína da Costa. E o mais importante: não voltar atrás. Ser firme no castigo ou em qualquer imposição é essencial para a criança perceber que os pais não estão mentindo. É bom também não esquecer de elogiar quando a criança tem um bom comportamento ou vai bem na escola. Nunca dizer que ela não é capaz. É claro que são apenas dicas, mas que podem dar certo. De resto é dar muito beijo, abraço e amor.

Pedagoga Janaína da Costa

sábado, 6 de novembro de 2010